sexta-feira, 23 de julho de 2010

Crônicas do Lobo Solitário - Capitulo 1




Capitulo 01: O inicio...

Os raios de luz da manhã acariciam a terra acordando lentamente os moradores de um pequeno vilarejo chamado Midlebrook. Conforme os moradores despertam, os sons do vilarejo vão tomando de conta da calma manhã. As rodas d’água continuam a alimentar os moinhos, os ferreiros aquecem as fornalhas, as mulheres se despedem dos maridos – que se preparam para mais um dia de trabalho árduo no campo – e as crianças se aproximam do riacho para mais um dia descontraído de brincadeiras, como toda criança merece ter.
Conforme as areias da ampulheta se preparam para mais uma vez mudar seu curso o dia chega ao fim. As fornalhas são apagadas, os maridos retornam para o carinho de suas famílias e os jovens (em grande maioria) se reúnem mais uma vez na pequena taverna para esquentar os ossos perto de uma aconchegante lareira, molhar suas gargantas secas com uma saborosa cevada e ouvir as historias do tão famoso Edwin, o bardo local, que, porém velho ainda possui o dom da oratória e ainda fascina as jovens mentes com suas historias.
“Vamos Edwin, que contos fantásticos você tem para nós nesta noite?” Indagavam ansiosos alguns rapazes em uma das mesas da taverna.
O velho bardo tomou um gole de cevada, limpou a garganta, dedilhou algo em seu velho violão e quando ele inicia seu conto – “Nos tempos de outrora, quando os desafios eram muitos e os puros de coração eram poucos...” – um grito feminino é ouvido fora da taverna! A grande maioria dos que estavam na no interior da mesma saem para ver o que tivera acontecido. Lá fora, uma jovem mulher está sentada no chão com as mãos sobre o rosto, em frente a ela um cavalo ferido por flechas traz um homem ensangüentado e já desacordado. Imediatamente Marduk, o dono da taverna, manda que alguém leve o homem para o interior da mesma e que chamem imediatamente Nolan o médico e herborista local. Enquanto alguém corre para chamar o médico alguns homens colocam o viajante ferido sobre uma das mesas da taverna. Suas feridas são profundas, principalmente um grande corte em seu peito que espalha sangue nos que estão ao redor quando o colocam sobre a mesa.
“Pelos Deuses, o que acontecera com este homem?” Indaga Marduk com um olhar pasmo em sua face. A situação é tensa, as várias pessoas que se encontram no local comentam entre si, tentando descobrir o que tivera acontecido com o homem. “Deve ter sido alvo de uma emboscada!” Falam algumas pessoas. Alguns poucos minutos se passam e Nolan chega para averiguar os ferimentos do homem. “Hum...Garras...Cortes profundos feitos por algo ou alguém de extrema força...” Pensa Nolan enquanto tira os restos de um corselete de couro do homem ferido. Ele pede que os demais tragam água e alguma bebida forte que sirva para evitar uma possível infecção. O trabalho é árduo, mas como sempre Nolan demonstrou extrema competência ao tratar dos ferimentos do desconhecido.
“Pronto. Ele não corre nenhum risco de morte. Deixe-o descansar bastante.” Fala Nolan para os demais. Marduk manda que alguns dos jovens (com muito cuidado) levem o homem para um quarto aos fundos da taverna e depois pergunta ao herborista o que deve ter causado ferimentos tão graves. Nolan responde que pelo conhecimento que possui (ele já tinha uma certa experiência como aventureiro) os ferimentos do forasteiro foram causado por uma criatura grande, com garras longas e de uma força extrema. “Não teria sido um tigre?” Pergunta o taverneiro com um olhar preocupado. “Nossa flora não é o habitat natural desses animais, e pelas minhas andanças, não recordo de ver e/ou ouvir relatos de alguém que possua um animal desses nas redondezas”. Respondeu Nolan.
O taverneiro fala que devido o recente acontecimento é melhor que todos voltem para suas casas e que pela manhã as devidas providências deverão ser tomadas.
Pela manhã o sol surge, mas divide espaço com uma leve garoa que deixa a manhã com um ar esquisito em Midlebrook. Algumas pessoas comentam sobre o acontecido da última noite enquanto outro pequeno número de pessoas se aglomera no centro do vilarejo. No centro está Nolan. Dessa vez vestindo vestes pouco comuns para aqueles que são acostumados a viver em sua companhia. Ele veste um camisão de cota de malhas, botas, porta uma espada curta embainhada e um katar em sua mão esquerda, e possui um olhar serio como jamais visto antes pelos outros moradores. Ao seu lado está Marduk, vestindo uma armadura de couro leve e portando somente uma espada longa um pouco empoeirada.
Nolan: “Caros moradores de Midlebrook. Como vocês já sabem ontem tivemos uma visita inesperada. Um forasteiro apareceu em nosso vilarejo, o mesmo bastante ferido e já inconsciente. Depois de tratar dos seus ferimentos eu voltei à minha casa onde passei a noite toda refletindo sobre o acontecido. O forasteiro foi atacado por uma criatura de porte grande, com garras afiadas e uma força extrema. Foi um verdadeiro milagre aquele homem ter sobrevivido aos ferimentos. Hoje no inicio da manhã eu resolvi falar com Marduk para explicar meus pensamentos da última noite e agora vou falar para vocês também.”
“Temo que a criatura que causou os ferimentos naquele homem esteja nos arredores do nosso vilarejo. Digo isso porque alguém com ferimentos tão sérios quanto os dele não sobreviveria a uma longa viagem. Mas além da existência dessa possível criatura nos arredores, outra coisa desafia meus pensamentos. Com toda certeza a criatura que atacou aquele homem é uma criatura de feracidade extrema! E sendo assim, como ele teria sobrevivido sem o auxilio de algum possível companheiro? Devo lembrar-lhes de outra coisa. O homem foi trazido até nós por seu cavalo que também estava ferido, só que seus ferimentos foram causados por perfurações de flechas e não cortes. Então eu pergunto a vocês. Por que essa criatura tão feroz não atacou o cavalo também? E agora eu respondo. Porque a criatura possui um mestre! Sim, um mestre! Um mestre que ordenou que os ataques fossem direcionados apenas ao homem e não a sua montaria. Mas como já sabemos a montaria foi ferida por flechas. Flechas essas, talvez disparadas pelo possível mestre da criatura ou por algum ou alguns subordinados do mesmo!”
“Então para acabar com esse longo discurso que estou fazendo, eu Nolan decidi pedir a ajuda do meu amigo Marduk para fazer uma busca nos arredores de Midlebrook, com o intuito de encontrarmos a criatura ou pelo menos rastrear seus passos.”
Mais uma vez o a inteligência de Nolan fora provada aos seus companheiros! Durante apenas uma noite ele conseguiu formular pensamentos que se não foram exatos chegaram perto da exatidão! As pessoas já boquiabertas com a linha de raciocínio do herborista começaram a comentar sobre suas recentes palavras. Mas antes que um possível tumulto fosse iniciado, Marduk tomou a palavra:
Marduk: Então moradores de Midlebrook?! Nolan e Eu precisamos da ajuda de vocês para seguir o rastro dessa fera. Todo e qualquer homem capaz de manejar uma espada é bem vindo a essa busca! Mas devo avisar antes que estamos atrás de uma criatura desconhecida e que provavelmente é capaz de mutilar um homem sem muito esforço! Tendo este aviso em mente não vou obrigar ninguém a nos seguir, mas tenho que lembrar que essa criatura, se não for parada rápido, poderá uma hora adentrar em nosso vilarejo e atacar a uma criança, uma mulher ou até a um de nós! Então, vamos abrir nossas portas para essa besta sanguinária? Ou vamos mostrar pra ela quem é que manda em Midlebrook?!
Gritos de euforia espalham-se pelo vilarejo logo após as palavras do taverneiro. Cinco jovens se aproximam do herborista e do taverneiro com um brilho jamais visto em seus olhos, fazendo com que todos os que ali estavam percebessem que as palavras do taverneiro entraram profundamente em seus corações. A busca pela fera foi iniciada.

Um comentário:

  1. Muito legal. Nolan é um estrategista muito bom. Meu palpite é que ele é clérigo de Kasuya. Quero ver a continuação!

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